ANTROPOLOGIA E ARQUEOLOGIA

O principal objetivo deste blog é oferecer informações e notícias relacionadas com a Antropologia Biológica e Cultural e a Arqueologia.

Fóssil Revela 'Dragão' de 240 Milhões de Anos

 

Fóssil revela 'dragão' de 240 milhões de anos© Museus Nacionais da Escócia

Cientistas revelaram os detalhes de um fóssil novo e extraordinariamente completo de um réptil aquático com 5 metros de comprimento do período Triássico.

A criatura remonta a 240 milhões de anos e foi apelidada de "dragão" devido ao seu pescoço extremamente longo.

Dinocephalosaurus orientalis foi originalmente identificado em 2003.

Mas a descoberta de um novo fóssil da espécie permitiu aos cientistas ver toda a anatomia desta fera pré-histórica.

O paleontólogo Nick Fraser, do Museus Nacionais da Escócia, que fez parte da equipe internacional que estudou o fóssil, disse que esta foi a primeira vez que os cientistas conseguiram vê-lo por inteiro.

Ele descreveu o Dinocephalosaurus orientalis como "um animal muito estranho".

"Ele tinha membros parecidos a nadadeiras e pescoço é mais longo que o corpo e a cauda juntos", observa ele.

O pesquisador especulou que um "pescoço longo e flexível", com 32 vértebras separadas, poderia ter proporcionado uma vantagem na caça — e permitiu que o Dinocephalosaurus orientalis procurasse comida em fendas sob a água.

O fóssil foi descoberto em antigos depósitos de calcário no sul da China.

"Esta descoberta apenas aumenta a estranheza do período Triássico", disse Fraser à BBC News.

"E cada vez que olhamos para estes depósitos, encontramos algo novo."

O artigo que descreve um conjunto de novos fósseis do Dinocephalosaurus orientalis foi publicado na revista acadêmica Earth and Environmental Science: Transactions of the Royal Society of Edinburgh. Fonte: BBC/MSN


As Novas e Incríveis Descobertas em Saqqara: Oficinas de Múmias e Tumbas

 

Lugar dos Edifícios Mais Antigos do Mundo


Saqqara é um dos sítios arqueológicos mais impressionantes do Egito. Não só abriga o complexo de edifícios mais antigo (conhecido) do mundo, como também uma série de segredos.

Pirâmide de Djoser ou Pirâmide de Degraus


Localizada a cerca de 30km ao norte de Cairo, Saqqara “é marcada por pirâmides em ruínas que emergem da areia como dentes de dragão”, segundo a Smithsonian Magazine. Mas uma está acima das demais: a Pirâmide de Djoser.

Crédito da foto: Wiki Commons Por Charles J. Sharp - Trabalho próprio, CC BY-SA 3.0

Saqqara é o Sonho dos Arqueólogos


Novas descobertas arqueológicas são constantemente feitas em Saqqara, o que aumenta o nosso conhecimento da antiga sociedade egípcia.

Uma Recente Descoberta Reveladora em Saqqara


Uma das mais importantes ocorreu em  2023, quando os arqueólogos encontraram duas oficinas de mumificação, bem como duas tumbas com uma série de artefatos antigos.

Comentários do Secretário-Geral


“Hoje, anunciamos a descoberta das duas maiores oficinas de mumificação para humanos e animais na Necrópole de Saqqara”, explicou Mostafa Waziri, de acordo com a CNN.

Detalhes das Oficinas


As oficinas incluem os leitos de pedra onde os corpos mumificados foram lavados, bem como várias ferramentas para o processo de embalsamento.

Vasos de Armazenar Órgãos


Também havia vasos canópicos que eram usados para armazenar os órgãos de uma múmia.

Camas na Oficina dos Animais


Na oficina dos animais foram descobertos vasos de barro, bem como cinco camas de pedra, diferentes das encontradas na oficina humana, razão pela qual os arqueólogos passaram a acreditar que se destinavam à mumificação de animais.

Parte do Egito Ptolomaico


Os arqueólogos acreditam que as oficinas são da 30.ª dinastia do Egito, entre 380 aC e 30 aC. Durante este tempo, o Egito foi governado pelos faraós gregos macedônios da dinastia ptolomaica.

Animais Eram Associados a Divindades


Segundo a WordsSideKick.com, animais como gatos, cães e até pássaros estavam associados a divindades egípcias e eram frequentemente sacrificados e mumificados como parte de rituais religiosos e cerimônias funerárias.

Entendendo o Processo de Mumificação


A professora de egiptologia Salima Ikram, da Universidade Americana do Cairo, classificou as descobertas como “muito emocionantes” e disse que elas “nos ajudariam a compreender melhor as diferentes etapas do processo de mumificação, os materiais e as ferramentas utilizadas”.

A Outra Descoberta Impressionante


Em Saqqara, 2023 também viu arqueólogos desenterrarem duas tumbas antigas, cada uma com sua própria história.

“Diretor dos Escribas”


Uma tumba datava de mais de 4.400 anos e pertencia a um homem que possuía vários títulos, incluindo “diretor dos escribas”, de acordo com o Ministério egípcio de Turismo e Antiguidades.

O Túmulo de Ne Hesut Ba


Ne Hesut Ba era seu nome, segundo a CNN. Ele era sacerdote da deusa egípcia Maat e o oficial que supervisionava a escavação de canais para irrigação. 

O Túmulo de Men Kheber Ra


A segunda tumba tem 3.400 anos e foi construída para um sacerdote Qadish chamado Men Kheber Ra. 

Saqqara Ainda Tem Mais Segredos


“Garanto que o Egito, especialmente o sítio arqueológico de Saqqara, ainda não revelou todos os seus segredos e há muitos mais por vir”, disse, no momento da descoberta, o ministro egípcio do Turismo e Antiguidades, Ahmed Issa, em entrevista coletiva.

Tumba Descoberta em Janeiro de 2024


E, de fato, em janeiro de 2024, foi descoberta, por arqueólogos egípcios e japoneses, na Necrópole de Saqqara, uma luxuosa tumba de 4.000 anos, entre outras coisas.

Uma Nova Descoberta em Saqqara


Entre os impressionantes artefatos encontrados nela estavam estátuas de terracota, representando a deusa egípcia Ísis, e uma máscara facial de cores vibrantes, de acordo com Arkeonews.

Crédito da foto: Instagram @ministry_tourism_antiquities

Comentários de Nozomu Kawai


Nozomu Kawai, líder da equipe japonesa,  disse que a descoberta forneceria “insights inestimáveis sobre a história desta região” e acrescentou: “Esperamos descobrir mais segredos do sítio arqueológico de Saqqara nas próximas temporadas, enriquecendo ainda mais a nossa compreensão desta área historicamente significativa.”

Crédito da foto: Instagram @ministry_tourism_antiquities

Fonte: MSN

Brasil Jurássico: Dinossauros Mais Antigos do Mundo Viveram Aqui

 


O Brasil tem sítios paleontológicos que atraem milhares de visitantes. São regiões onde, em eras remotas, viveram espécies de dinossauros.


O mais importante deles é a Formação Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que ingressou no Guinness Book, o Livro dos Recordes.

©Divulgação Rafael Favero e Victor Feijó/Prefeitura de Santa Maria

Estudos apontam que rochas e cristais de zircão contendo fósseis desses dinossauros datam de 233,2 milhões de anos atrás. Os mais antigos do planeta!

©reprodução facebook Dino Tchê

Esse período é chamado pelos cientistas de Triássico: uma era geológica que se estende de 252 milhões até 201 milhões de anos atrás. É o primeiro período da era Mesozoica e fica entre o Permiano e Jurássico.


Tanto o início como o fim do período Triássico são marcados por eventos de extinção em massa.

©Domínio Público
A solicitação de inclusão no Livro dos Recordes partiu de um grupo de paleontólogos denominado DinOrigin, que realiza pesquisas na região desde 1998. Após análise do caso, a direção do Guinness confirmou que a menção era pertinente.

©Imagem de Dariusz Sankowski por Pixabay

Os fósseis encontrados eram de dinossauros ancestrais, ainda pequenos (50 cm) e compridos (1,50 metro). Ao longo da evolução, eles deram origem aos dinossauros gigantescos (passando, então, a ser quadrúpedes).


Um dos fósseis era de um Saturnalia Tupiniquim, espécie herbívora. O outro era de um Burioleste, carnívoro, com dentes serrilhados (foto)


A discussão sobre o berço dos dinossauros se deu a partir da descoberta do fóssil do Estauricossauro (na ilustração, dominando a presa), em 1936, em Santa Maria, um dos mais primitivos da espécie. O exemplar encontrado era de 230 milhões de anos.

©Clube Trekking Santa Maria - wikimedia commons

Antes disso, desde 1901 a cidade de Santa Maria já vinha sendo palco de pesquisas paleontológicas, mas em menor dimensão, principalmente no entorno do Morro do Cerrito.

©reprodução facebook Dino Tchê

As árvores petrificadas, fossilizadas, do Jardim Paleobotânico da cidade de Mata, são tombadas pelo Patrimônio Histórico do Rio Grande do Sul.

©Divulgação Museu PUC-RS

O Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS tem uma coleção de fósseis com mais de 8 mil espécimes, sendo 4 mil vertebrados, a maioria do Triássico.

©Divulgação Museu PUC-RS

Grande parte do material é destinada a pesquisas de estudantes. Mas o público em geral pode visitar exemplares em exposição: réplicas e fósseis de vegetais e animais, como a preguiça-gigante (foto) e o prestossauro, grande predador do passado.

©Clube Trekking Santa Maria - wikimedia commons

A descoberta de fósseis no Rio Grande do Sul é reconhecida mundialmente. Sítios atraem visitantes e este tema tornou-se um forte atrativo para o turismo no Estado.

Fonte: MSN

Brasil Tem Um dos Locais Mais Importantes do Mundo Para Estudar Dinossauros

A pequena região gaúcha que virou um dos locais mais importantes do mundo para estudar dinossauros.

Esqueleto do Guaibasaurus candelariensis


Na superfície, as pequenas cidades gaúchas de Candelária (31 mil habitantes) e Vera Cruz (27 mil), a cerca de 180 km de Porto Alegre, não têm nada que as diferencie de tantas outras de tamanho semelhante espalhadas pelo Rio Grande do Sul e pelo Brasil: uma praça e uma igreja principais, ruas tranquilas, trânsitos livre, vida noturna praticamente inexistente e, nos verões quentes, pessoas sentadas em frente a suas casas vendo o tempo passar.

Em suas profundezas, no entanto, elas guardaram, por 230 milhões anos — e ainda guardam —, fósseis dos primeiros dinossauros e dos antepassados dos mamíferos, compondo um tesouro paleontológico, que as tornam um dos pontos mais importantes do mundo para se estudar e entender o início do Triássico — período geológico que se estende de 252 milhões a 201 milhões anos atrás — e a fauna que vivia na época.

Hoje, o Museu Municipal Aristides Carlos Rodrigues, de Candelária, abriga fósseis ou réplicas de 23 das 38 espécies de animais encontradas no município e cidades vizinhas, que viveram na região em torno de 230 milhões atrás.

Entre elas, existem dinossauros, répteis, anfíbios e cinodontes (os ancestrais dos mamíferos), todos hoje extintos.

De acordo com o paleontólogo argentino, Agustin Martinelli, do Museo Argentino de Ciencias Naturales Bernardino Rivadavia, que vêm, desde 1998, realizando pesquisas na região e numa área próxima ao trevo de acesso a Vera Cruz, na BR-287, o conjunto de fósseis encontrado na área, que incluiu Santa Cruz do Sul, a 8 km, e Candelária, a 31 km, mostra um período da evolução biológica prévio a origem dos mamíferos.

"Eram ainda formas primitivas mas que já mostravam especializações na dentição, olfato e visão", explica.

Esqueleto do Santacruzadon, encontrado em Santa Cruz

Preservados em rocha

O biólogo e doutor em Paleontologia, Heitor Franscischini, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que realiza estudos em Candelária desde 2012, há naquele município e região fósseis de alguns dos dinossauros mais antigos do mundo, assim como os antepassados diretos dos mamíferos.

"Todas as espécies descobertas em Candelária trazem novas informações à luz da ciência, tornando possível a compreensão de como era o passado da região no Período Triássico e como eram as relações entre estas espécies neste período", diz.

A riqueza fossilífera de Candelária e arredores tem explicações geológicas e ambientais. Segundo Carlos Rodrigues, curador do Museu Municipal, que leva o nome do seu pai, durante o Triássico a região fazia parte da grande bacia sedimentar do Paraná, uma imensa área baixa, com rios e lagos, para onde os animais mortos erram carreados e soterrados.

"Depois, isso aqui virou um deserto, com os rios sendo substituídos por dunas, movimentadas pelo vento", conta.

Esse deserto e suas rochas soterraram e compactaram o material da bacia mais baixa, transformando-o nas chamadas rochas sedimentares, nas quais os restos dos animais que viviam na época ficaram incrustados e preservados.

Dessas pedras são extraídas até hoje as lajes, usadas em calçadas urbanas – pelo menos até há alguns anos atrás.

Nessa época, no início da era Mesozoica (252 a 65,5 milhões de anos atrás), que inclui os períodos Triássico, Jurássico (201 a 142 milhões de anos atrás) e Cretáceo (142 a 65,5 milhões de anos atrás), todos os continentes estavam unidos num só supercontinente, chamado Pangeia, desértico e quente em seu interior, com florestas somente próximas ao litoral e aos grandes rios.

Mas justamente na época em que viveram os animais hoje fossilizados de Candelária e região, a Pangeia começou a se fragmentar.

A princípio, essa fragmentação deu origem a dois grandes continentes, um ao norte, a Laurásia, composto pela América do Norte, Europa e Ásia, e outro ao sul, Gondwana, formado pela América do Sul, África, Madagascar, Índia, Oceania e Antártida.

No Cretáceo Inferior (primeira metade do período), por volta de 110 milhões de anos atrás, surgiu o oceano Atlântico, separando a América do Sul da África e dando aos continentes uma conformação semelhante à de hoje.

Rodrigues lembra que todos esse processo de fragmentação acrescentou mais uma camada de rocha na região de Candelária — e em outras parte do mundo.

"A separação dos continentes jogou lava em abundância e formou a Serra Geral, que vai daqui até São Paulo", explica. "Essas rochas vulcânicas formaram uma camada de empilhamento de 100 metros de espessura, que cobriu o antigo deserto."

Esse processo não ocorreu do dia para a noite, claro. Durou milhões de anos, até o Cretáceo.

Hoje, essa camada de rocha basáltica, formada a partir da lava vulcânica, se estende de Venâncio Aires até São Pedro de Sul, a 129 e 330 km e de Porto Alegre, respectivamente, passando por Santa Cruz do Sul, Vera Cruz, Vale do Sol, Candelária e Santa Maria, numa faixa de 200 km por 60 km, ao longo da RSC-287, também chamada de BR-287, uma rodovia estadual que corta ao meio o Rio Grande do Sul, de leste a oeste, indo da capital a São Borja, na fronteira com a Argentina.

Seu nome oficial é Rodovia da Integração. É no trecho entre Venâncio Aires e São Pedro do Sul que se encontram os fósseis.

Depois que as três camadas estavam formadas, a erosão causada pela chuva, rios e riachos e pelo vento desgastou, também durante milhões de anos, a área deixando à vista os chamados afloramentos rochosos e os fósseis neles incrustados. A partir de então, começaram as descobertas.

Coincidentemente – ou não – o primeiro achado importante foi de um paleontólogo gaúcho, mas que havia sido pesquisador da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

A história dele é interessante por si só. Nascido em Santa Maria em 9 de outubro de 1905, filho de um casal de missionários metodistas norte-americanos, Llewellyn Ivor Price se mudou com a família, em 1916, para o país de seus pais. Lá, ele se formou, em 1930, em geologia pela Universidade de Oklahoma, onde deu início a sua carreira.

A riqueza fossilífera de Candelária e arredores tem explicações geológicas e ambientais

Marco histórico

Em 1932, Price começou a trabalhar como professor e pesquisador na Universidade de Chicago, até 1934, quando passou para Universidade Harvard, na qual ficou até 1944.

Ele esteve brevemente de volta ao Brasil entre 1936 e 1937, chefiando uma expedição paleontológica de Harvard, quando foi convidado para fomentar e desenvolver pesquisas na área de paleontologia de vertebrados no país. Assim, ao deixar Harvard foi convidado a fazer parte do quadro de paleontólogos do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

Entre suas descobertas e coletas no Brasil está o Estauricossauro, o primeiro dinossauro encontrado no território brasileiro.

Além disso, Price estudou répteis, anfíbios, mamíferos, peixes e entre seus maiores achados estão o Peirosaurus torminni e o Baurusuchus pachecoi, duas espécies de crocodilomorfos (grupo de arcossauros que incluem os crocodilos e seus parentes extintos) do Cretáceo.

E então voltamos à Candelária. Em 1946, Price descobriu o primeiro fóssil coletado no município, no distrito de Pinehiro. Tratava-se de um pequeno réptil, de cerca de 40 cm, que viveu há cerca de 235 milhões.

Em homenagem à cidade, ele o batizou de Candelaria barbouri. Desde então, as descobertas na região não pararam mais.

Em 1979, o paleontólogo Mario Costa Barberena (1934-2013) fez uma das descobertas mais importante da região: um novo dicinodonte, que até então só tinha um similar conhecido na Argentina.

Conhecidos como “as vacas do Triássico”, esses animais foram os principais animais herbívoros entre o Permiano médio e o Triássico Superior (mais ou menos 260 – 200 milhões de anos) e tiveram distribuição cosmopolita, por todo o supercontinente Pangéia.

A descrição desse material foi publicada em 1981, sendo denominado Jachaleria candelariensis.

Na década de 1990 ocorreram novas descobertas marcantes. Uma delas foi a primeira espécie de dinossauro encontrada na região, que recebeu o nome de Guaibasaurus candelariensis.

"Em 2002, iniciamos uma parceria com UFRGS, sob o comando do professor César Schultz, e temos um novo marco na história", orgulha-se Rodrigues.

"Dá-se um grande salto, a partir do qual a paleontologia na região se confunde com a história do próprio Museu Municipal e do seu corpo de voluntários."

Antes disso, nos anos 1990, Schultz havia descoberto uma espécie de cinodonte traversodontídeo, um grupo de ancestrais antigos dos mamíferos e hoje extinto. O achado ocorreu num afloramento, chamado de Schöenstatt, localizado no município de Santa Cruz do Sul, por isso, o animal foi batizado de Santacruzodon.

Mapa mostra algumas das espécies encontradas na cidade de Candelária

Esqueleto quase completo

O animal foi descrito cientificamente em 2003, pelo paleontólogo argentino Fernando Abdala e a pesquisadora brasileira Ana Maria Ribeiro.

"Eles estudaram melhor os materiais e concluíram que parte desses fósseis representavam uma nova espécie", conta o geocientista Maurício Rodrigo Schmitt, da Universidade Regional de Blumenau (FURB), em Santa Catarina.

"Os dois, então, a batizaram de Santacruzodon hopsoni com base em um crânio e uma mandíbula coletados no final dos anos 90."

Agora, Schmitt está fazendo doutorado em Geociências, na UFRGS, sobre os cinodontes traversodontídeos.

"Esse grupo viveu durante grande parte do Triássico (entre cerca de 245 e 208 milhões de anos atrás)", diz.

"No Brasil, estão representados por espécies que viveram entre aproximadamente 240 a 225 milhões de anos. O Santacruzodon especificamente, viveu em uma parte do Triássico, o Carniano, que tem cerca de 237 milhões de anos."

Em 2022 foram descritos alguns novos materiais atribuídos ao Santacruzodon hopsoni, por um então aluno de doutorado da UFRGS, Tomaz Melo, junto com Martinelli e a pesquisadora Marina Bento Soares, hoje no Museu Nacional, no Rio de Janeiro.

"Eles descreveram 11 novos fósseis de Santacruzodon, incluindo materiais de Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires e principalmente de Vera Cruz", revela Schmitt.

"Esses de Vera Cruz são os mais importantes, pois incluem um esqueleto quase completo de Santacruzodon, o que ainda não era conhecido para essa espécie."

O próprio Melo conta que fez seu mestrado e doutorado estudando os fósseis encontrados em Santa Cruz do Sul e Vera Cruz.

"Eu mesmo fiz vários trabalhos de campo, com coletas nos dois municípios", conta.

"Eu encontreis novos fósseis lá e em outras cidades das redondezas também. Esses materiais do Santacruzodon especificamente vêm de camadas específicas, que só se conhecem em Santa Cruz do Sul, Vera Cruz e Venâncio Aires."

Num primeiro momento, os fósseis encontrados em Santa Cruz do Sul foram descritos a partir de apenas algumas mandíbulas, alguns pedaços de crânio bem completo e pequenos.

Em seu estudo, Melo percebeu que, na verdade, os ossos eram de indivíduos jovens, ou seja, filhotes. Por isso, se achava que o Santacruzodon era de pequeno porte.

Depois, ele estudou os materiais encontrados em Vera Cruz, por outros pesquisadores, inclusive um esqueleto quase completo e um crânio com cerca de 24 cm de comprimento, que seria de animais adultos.

"A maioria fósseis do Santacruzodon de Vera Crua era bem maior", diz. Por isso, após sua descrição o animal passou a ser considerado um dos maiores cinodontes do período.

A descoberta mais recente, mas não menos importante foi descrita em 2018 por pesquisadores UFRGS e da Universidade Federal Vale do São Francisco (Univasf).

Eles descobriram que os restos fossilizados doados anonimamente ao Museu Municipal de Candelária pertenciam a uma espécie de réptil até então desconhecida, que viveu há 237 milhões de anos.

Ele deram o nome de Pagosvenator candelariensis ao animal, que significa "caçador da região de Candelária".

Para o professor de paleontologia da Univasf, Marco Franca, coautor da descrição do Pagosvenator candelariensis, a importância dos fósseis de Candelária e região está no fato de o período Triássico ter siso um "boom experimental" de novas formas de vida proporcionados pela evolução.

"Antes do Triássico, veio o período Permiano, que tinha formas de vida muitos diferentes", explica. "o final dele, ocorreu a maior extinção de todos os tempos, nos quais os pesquisadores consideram que a vida na Terra como um todo esteve por um fio."

Estima-se que cerca de 81% das espécies marinhas 70% das terrestres se extinguiram.

"Após esse dramático evento, as formas de vida que sobreviveram experimentaram novas ecologias, novos habitats, um ambiente intensamente seletivo", diz Franca.

"Foi quando essas novas formas surgiram por evolução. Estou falando, como exemplo, do surgimento dos dinossauros, dos lagartos, da linhagem dos crocodilos, dos mamíferos, e das tartarugas. O que conhecemos hoje de grandes grupos dos animais vertebrados teve seu início nesse período.”

Crânio do Prestosuchus chiniquensis

De acordo ele, desse ponto de vista, qualquer lugar no mundo onde haja afloramentos triássicos é importante para a paleontologia mundial, pois eles passam informações sobre como foi a evolução destes grupos, como sobreviveram e se diversificaram após um grande evento de extinção.

"E a região de Candelária, por ter as rochas desse período, contribui para o avanço científico", diz.

Schmitt, por sua vez, destaca a importância do Museu Municipal de Candelária para a conservação dos fósseis da região.

"Muitos dos materiais mais recentes do município e região são coletados ou estão depositados no Museu, mantendo os fósseis na sua localidade de origem", elogia.

"Além de ajudar a preservar e coletar o material, um museu local possibilita uma interação maior com a sociedade, fazendo com que as pessoas entendam paleontologia e compreendem que os fósseis são um patrimônio cultural da cidade e da região, contribuindo para novos achados e a preservação de localidades fossilíferas."

Fonte: BBC

Minha Despedida:

CARTA ABERTA: Venho por meio desta externar meu profundo agradecimento pela oportunidade a mim concedida de lecionar por mais de 10 anos na FGG para o curso de Pedagogia e por um determinado período no curso de Psicologia, e por poder colaborar com a ACE em reuniões, eventos e formaturas sempre que solicitado. Nesse tempo lecionei as disciplinas de Filosofia da Educação, História da Educação, Projetos Educacionais, Políticas Públicas, Formação Continuada dos Docentes, Gestão Escolar, Educação e Novas Tecnologias, Educação de Jovens e Adultos, Antropologia, Sociologia da Educação e Empreendedorismo. Reconheço que mais aprendi que ensinei. Também estendo meus agradecimentos sinceros especialmente para algumas pessoas, dentre elas destacam-se: Professora Cheila, ex-coordenadora do curso de Pedagogia, gestora competente e ética, a qual me deu a oportunidade de compor sua equipe de trabalho; Professor Petry, ex-diretor da faculdade e excelente professor de sociologia; Professor Júlio, gestor por excelência do curso de Psicologia; Agradeço a ex-secretária Jovita e a Secretária Sandra, sempre muito prestativas e educadas. Também agradeço a professora empreendedora Marília, a qual tive o privilégio de ser aluno e mais tarde colega de trabalho; E a amiga Elisabeth, ex-professora da pedagogia, sempre muito comprometida, atualmente colega de trabalho na SDR/GERED. Meu muito obrigado ao Luciano, sempre muito prestativo e excelente funcionário. Também estendo meus agradecimentos a toda equipe administrativa e corpo docente do curso de Pedagogia da FGG. Ao corpo discente desejo muito sucesso enquanto acadêmicos e acadêmicas do curso de Pedagogia, especialmente para aqueles e aquelas que por algum período tive a honra de ter como meus alunos e alunas. A vocês desejo também sucesso profissional, sempre pautado pela ética e pelo comprometimento. Lembrem-se que: “uma visão de futuro sem ação é apenas um sonho; Uma ação sem visão de futuro é apenas um passatempo; Porém, uma visão de futuro com ação planejada pode causar uma revolução pessoal e profissional positiva”. Por isso, digo a todos e a todas, mesmo para aqueles e aquelas que por alguma razão não entenderam minha proposta pedagógica de trabalho: “acredite em você, tenha pensamentos de sucesso, palavras de sucesso, ações de sucesso, hábitos de sucesso e acima de tudo caráter, e certamente o teu destino só poderá ser o sucesso pessoal e profissional”! Mais uma vez muito obrigado por tudo e que Deus nos dê sabedoria e ilumine a todos nós. Cordialmente, Professor Jorge Schemes.